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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Maravilhosos designs de aeromodelos - parte II

Outros designs de aeromodelos que eu premiaria.


4- Funder & Lightning
Funder & Lightning - RCGroups.com




















Modelinho simples e bonito inspirado no P-38 Lightning um caça norte-americano da WW-II. 

É relativamente fácil de construir, tem características acrobáticas e voo estável. Só não é um bom treinador pelo que pude ler, porque ele reage rápido demais para iniciantes.

A cauda dupla dá uma visual interessante, muitos o construíram.

Também há um post no E-voo.com sobre ele: clique aqui para ver. Para ver a árvore de discussão no RCGroups.com basta clicar no link da foto acima.



5- Birdwing
Birdwing - RCGroups.com
























Birdwing - RCGroups.com
























Esta é uma plank de alta performance, realmente muito bonita inspirada numa borboleta, com os seguintes objetivos:
a) Voo em slope com ventos fracos;
b) Voo termal em terreno plano com com aplicações HLG (hand launch glider - planador lançado a mão) e DLG (discus launch glider - planador lançado como disco).

O tipo de construção é estrutural, com nervuras de balsa e longarinas de madeira, com certeza é um projeto relativamente difícil, mas o resultado ficou muito bom.

Lançamento HLG - muito bonito o voo.



Lançamento DLG - parece até um urubu cruzando os céus.


6- Windrider Dandelion
Windrider Dandelion - RCGroups.com
















Windrider Dandelion - detalhe do acerto no desenho do elevon - RCGroups.com


















Um modelo com com enflechamento negativo (cerca de -5º), gostei desse desenho exatamente por isso, pois o modelo fica parecido com uma ave de voo termal, apesar do problema do CG ficar muito a frente com este tipo de configuração.

Será que realmente este enflechamento diminui o arrasto induzido e aumenta mesmo a manobrabilidade?

O projeto foi desenvolvido com muito cuidado pelo seu projetista, observe a segunda foto, em que o projetista percebeu que o elevon do tamanho da semi asa atrapalhava a controlabilidade, pois a ponta do comando ficava muito próxima ao CG (nesse ponto do comando, o momento dele ficou muito pequeno), fazendo com que o comando na verdade funcionasse como um freio aerodinâmico naquele ponto. Em vermelho está marcado o novo tamanho do elevon.

Em que pese que o modelo parece uma Alula, na verdade, acho eu que a Alula popularizou um design novo que permite muitas variações ainda.


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Parte I
Os projetos estão disponíveis nos links em baixo das fotos.


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Maravilhosos designs de aeromodelos - parte I

Pequena seleção pessoal de desenhos de aeromodelos que deveriam ser premiados:


1- Oblique Dynamic Soaring:
Oblique Dynamic Soaring - RCGroups




















O nome do modelo já o descreve. É um modelo em que a asa fica em diagonal (oblíqua) em relação ao eixo longitudinal do modelo, de modo que ela fica "virada" para um dos lados. Observe que a aleta fica alinhada com o eixo longitudinal, quer dizer com o eixo de voo. 

Além do visual interessante que lembra muito uma prancha de surf, segundo o  projetista um ângulo oblíquo elevado faz com que a espessura relativa do perfil diminua o que contribui para reduzir em até 24% o arrasto do perfil, apesar de diminui, também, a sustentação. Isto é fácil de entender, porque o perfil fica inclinado modificando o aspecto dele.

No corpo das postagem o projetista mencionou que iria colocar um washout aerodinâmico com três perfis modificados, mas observando a foto dos perfis PW que ele usou, parece que o menor (da ponta da asa) está com o washout geométrico (torção).
Gabaritos de perfil PW - RCGroups


















Vídeo da asa oblíqua:

Oblique Dynamic Soaring Flying Wing - Maiden Flight from Geode on Vimeo.



2- Ellipso
Ellipso - standard - RCGroups 

Ellipso - biplano - RCGroups

































Ellipso - asa baixa - RCGroups



















O projetista/construtor alardeia as boas qualidades desse modelo, afirmando que é bom para velocidade  alta e baixa, que é bom para acrobacia ou voo escala, que tem sempre um bom voo e é fácil de construir.

O certo é que foi construído em diversas configurações e com diversas alterações por muitos usuários do RCGroups. A árvore de discussões é gigante no RCGroups.

Com certeza um aeromodelo deve parecer um bom voador e este com certeza assim é. Além do desenho bonito e simples.





3- Ligeti Stratos
Ligeti Stratos - RCGroups

















Este aqui é bem inusitado, no mínimo, não é um design original para aeromodelo, na verdade é um avião full scale, uma espécie de teco-teco hi-tech. Observe nesta foto:
Ligeti Stratos - Full scale

















Acho eu que é um canard biplano meio asa voadora, sei lá, não necessariamente nesta ordem. O construtor afirma que viu o avião há anos na televisão e ficou com ele na cabeça por achá-lo interessante e depois viu que o RCFoam estava fazendo um kit então resolveu contruí-lo. 

Olha que beleza de vídeo:
Observe que o modelo é pilotado por uma mulher, que legal! Ela dá uma show com o modelinho, que voa muito bem.

Achei curioso que no post no RCGroups, nem no anúncio do kit há menção de qualquer dispositivo para estabilizar o modelo, levando a crer, que ele é estável suficiente para voar sem giro-estabilização.


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Mais designs na parte II

Todos os links das árvores de discussões originais estão no captions das fotos de cada modelo.




domingo, 11 de dezembro de 2011

Shocky Glider "Fox" - um planador shock flyer

Um Modelo shock flyer é bastante rígido e leve pela forma que o material da fuselagem é distribuído. Armar a fuselagem em cruz, uma placa de depron perpendicular a outra,  atravessando uma a outra no meio confere a resistência e leveza. Além de muito simples a construção.

Então porque não usá-lo num planador. Foi o que fizeram neste projeto do RCGroups:
Shocky Glider "Fox" - RCGroups
Shocky Glider "Fox" - RCGroups - detalhe da eletrônica e lincagem
Shocky Glider "Fox" - RCGroups - peças cortados e prontas para colagem

O único problema que observei usando o simulador, porque nunca tive o prazer de voar com estes "bichinhos encapetados", foi que a asa feita de uma lâmina reta tem péssimas características aerodinâmicas em relação ao planeio, isto já era esperado.

Bom pelo menos em teoria, pois este vídeo prova que o Shocky Glider "Fox" voa bem em encosta:


Não há perda perceptível de performance neste pequeno planador, observe que no final do vídeo o cameraman e o piloto perdem o modelo! Primeira regra de pilotagem olhe sempre para as asas do modelo (obrigado Mestre Ferreirinha pelas aulas).

A planta do original esta disponível neste post:
http://www.rcgroups.com/forums/showthread.php?t=806566

Também, foi postado no E-voo:
http://www.e-voo.com/forum/viewtopic.php?t=39879

Eu vou montá-lo, redesenhando para que fique com 1 m de envergadura, também, vou inserir importante mudança no projeto, vou fazer a asa com o perfil KFm2, pelos seguintes motivos:

1) KFm2 é muito superior em termos aerodinâmicos a uma lâmina reta, principalmente em relação ao planeio;
2) A forma simples de montagem do perfil KFm2 não acrescenta muito peso se feito com uma placa de isopor p0, estando de acordo com filosofia do projeto;
3) A resistência e leveza da montagem cruzada estão de qualquer forma somente na fuselagem, não na asa.

Então a asa ficaria assim:

KFm2 - (isopor P0 + depron)

Este perfil eu já testei numa asinha clone da Alula e voou bem, vejam uma foto dela:
Clone de Alula KFm2

Conforme progredir na montagem, postarei os resultados.



terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Motor glow ASP bom, bonito e barato?

Prólogo - A forma correta para iniciar no aeromodelismo

Quando iniciei no hobby do aeromodelismo, tentei fazer da forma mais correta possível, então, pesquisei em fóruns da internete sobre o assunto e de lá recebi o conselho que deveria primeiro visitar um clube de aeromodelismo, procurar um instrutor e me informar quais equipamentos comprar.

No Aero-Nova Iguaçu, que atualmente voa no CMVM (Clube Militar da Vila Militar em Deodoro/RJ) conheci Ferreirinha ex-piloto de asa delta, aeromodelista R/C e U-control, atualmente instrutor com mais de 30 anos de experiência no hobby:
Instrutor Ferreirinha segurando um modelinho elétrico - foto da minha coleção
Lá ele me apresentou a seguinte lista de equipamentos básicos:
Rádio Futaba 6 canais 2.4 GHz, Avião (Avistar) .40, Motor OS Max .40 a .55 (letra do próprio Ferreirinha)
Essa lista é rígida, ele não muda, nem a adapta por nada. Ele prescreve esta receita de sucesso para todos os aspirantes a aeromodelistas (e são muitos, há sempre fila para voar no aero-escola dele). Ele afirma algo  assim: "Você precisa de um bom equipamento. Senão não saberá se é você que não sabe voar ou é o modelo que está com problemas...".

1 - O caminho correto e seguro

Este é o OS MAX .55 BE, que comprei seguindo a lista dele:
OS MAX 55AX-BE - Bio ethanol - R$ 557,00 numa loja do Rio de Janeiro, pesquisa realizada em 06/12/11. 

É indiscutível, um bom motor, confiável, durável, aceita bem erros na hora de amaciar. É só montar no modelo e dar partida. Por ser movido a álcool de cana é muito econômico (da para voar mais de 15 minutos e voltar com combustível no tanque, isto usando tanque normal de 260 c/c).

Eu poderia ter usado os confiáveis e já bem testados OS xxAX movidos à metanol, mas confesso que tenho medo desse combustível por ser tóxico, então recorri ao combustível mais seguro. Os de metanol custam US$ 200,00 (sem frete) na HobbyKing.com. No Brasil é um pouco caro.

2- Há outro caminho?

Até agora nenhuma novidade, não é? Usar um motor de primeira linha para não ter dores de cabeça, mas o quanto isto é uma verdade absoluta se compararmos esse motor a uma solução baixo custo como os corajosos motores ASP:
2T - ASP S52A -  US$ 76,00 (produto + frete para o Brasil) - Hobbyking.com

a) Propaganda boca á boca

Ouvi falar desse motor pela primeira vez na pista da boca de outros aeromodelistas mais experientes do que eu. Eu acho que sempre começa assim, a inserção de um produto novo de qualidade não reconhecida e preço atrativo, alguém com alguma experiência ou muita coragem, lê ou pesquisa algo na internete, lê um review positivo em uma revista especializada e decidi fazer um teste, compra e põe em teste o produto e começa a expor suas experiências, fazendo uma "propaganda boca à boca" do produto, todos que confiam nele ou vêem os bons resultados ficam tentados a seguir aquele caminho. Até porque qual aeromodelista que tem um motor só?

No caso dos motores ASP tenho certeza que foi assim que se deu. Muitas pessoas falando bem desse motor, realmente mostrando o desempenho do "bicinho" berrando num rassante pela pista! Ai muitas outros pessoas começaram a comprar e testar e falarem bem.

b) Relação de custo e benefício e economia versus economicidade

Com certeza no momento em decidimos adquirir um produto o preço é fator essencial, mas o preço em relação ao tempo de utilização do produto, também, é outro fator importante.

Isto é fácil de entender se o motor do nosso aeromodelo puder ser usado por vintes anos em vários aeromodelos diferentes, mesmo se custar bastante o uso prolongado fará valer a pena.

Quanto a isto, a escolha de um motor de primeira linha está bem, um motor mais caro que dure muito se paga ao longo do tempo, mas o que dizer de um motor barato como um ASP (~US$ 80,00 já com frete)? Na minha opinião poderá valer também. Um motor barato que pode durar alguns anos pode valer a pena, usando um raciocínio invertido, gastar pouco agora e depois, quando for o caso, gastar um pouco novamente. No caso, a vantagem é a diferença entre economia e economicidade.

Economicidade é termo ouvido na administração pública para demonstrar a necessidade de economizar com inteligência acima de tudo, mais que simplesmente economizar, é fazer isto com método.
Por exemplo, se alguém comprar uma impressora barata, mas de má qualidade, o tempo que perderá operando/reparando a impressora, não valerá a economia de dinheiro. Por isso afirmo que há a necessidade de usar o raciocínio frio e lógico para sopesar se a decisão de adquirir um motor barato pode ser viável como primeiro motor, ou um motor para um novo modelo.

Qual a primeira lição em aeromodelismo? "Só existem dois tipos de aeromodelos os que caíram e os que vão cair..." Então a lenha é algo quase esperado, em caso de uma lenha mais grave a possibilidade de um dano ao bloco do motor ou coisa mais grave é possível, apesar de raro, então pois, trocar tais peças, é mais caro e tão trabalhoso, como comprar outro motor barato e amaciá-lo,  ai está a tal economicidade, a tal economia com método e com raciocínio, gastar pouco para gastar pouco novamente em futuro a médio prazo.

Não havendo uma lenha grave comum um motor ASP, este vai durar alguns anos em relação ao motor de primeira linha, e nada prova que os motores antigos de marca que duravam trinta anos na época dos nossos pais, ainda hoje, duraram tanto tempo assim, as fábricas de motores de primeira linha estão se mudando para a China e perdendo qualidade por uma questão econômica, porque o fabricante faria um motor que durasse para sempre? Não é melhor fazer um produto que quebre com o tempo, isto se chama obsolescência prevista.

3- Opiniões dos que testaram e aprovaram

As opiniões dos que testaram sempre é muito positiva, até um pouco exagerada, talvez haja algum aumento de percepção em relação as boas qualidades do motorzinho guerreiro. É óbvio, se você gostar de algo, tenderá a falar muito bem daquilo, dirá que é "muito bom", então com nossa sensibilidade vamos tirar o "muito" e ficar com o "bom" que este é mais certo. Não quero depreciar o motor, muito menos quem os elogia, somente quero chamar atenção para uma questão de percepção da realidade sobre as coisas que nos cercam, até entrei para o clube e comprei um também, testarei em novo modelo em um futuro próximo e com muito alegria.

Do portal E-voo.com extrai os seguintes comentários emblemáticos:

"muito bom motor, tenho 2 os e 2 asp, sinceramente não vejo diferença!!!" (bilibira )
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"Olá pessoal 

Tenho voado meu T-34 Mentor da Radar/TWM com esse excelente motor ASP .52, com hélice APC 11x6, vela OS A8 e glow 10/18%... Ficou muito rápido!!! 

O segredo deste motor é o amaciamento, depois é só ajustar a alta e ser feliz!!! Diversão garantida!!! Laughing Laughing Laughing 

Tenho um OS 55AX amaciado e lubrificado na caixa e nem penso em tirá-lo de lá tão cedo.... Twisted Evil 

Melhor do que ASP 2 tempos só ASP 4T. O ASP .61FS também é fantástico. 

Para mim ASP é o melhor motor na avaliação de custo-benefício!!!" (Ricardo Kruger)
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"ricardo , no meu não foi só regular a alta e ser feliz não , tambem foi preciso mexer no parafuso da lenta... 

eu regulei da seguinte forma : 

agulha de alta 1 volta e meia , liga o motor , acelera devagar até o fim pra limpar o motor , depois deixa na lenta por uns 10 segundos e acelera tudo de uma vez. se o motor engasgar , feche 1/4 do parafuso da lenta.... liga denovo , acelera pra limpar , deixa 10 seg na lenta , e acelera tudo , se engasgar , fexa a lenta mais um pouco. ... liga denovo , mesmo procedimento , espera 10 segundos , acelera. se morrer de forma brusca , fexou a lenta demais , abre 1/8... 


quando o tempo de resposta ficar 100% , acelere e coloque o modelo a 90º , motor pra cima , e ajuste a agulha da alta (se morrer quando colocado a 90º , abra a agulha da alta.)colocado 90º , acelera , se voce ve que o motor não apita , e sai muita fumaça pelo escapamento , está afogado , fexe a agulha ( com o motor acelerado ) até apitar. 

SEMPRE regule a agulha da alta com o motor pra cima , a 90º 

NUNCA regule o parafuso da lenta com o motor em funcionamento 

SEMPRE tenha alguem segurando o modelo pra fazer as regulagens 

FICA PERFEITO. RECOMENDO." (sylviocrazypilot)
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4- Problemas/defeitos atribuídos ao motor

Como qualquer peça de produção em massa há relatos de defeitos ou impropriedades de fábrica, são três as principais queixas:
i) Limalhas e cavados de metal deixados em várias partes dentro do motor, causam grandes danos ao motor quando dada a partida. A solução é desmontar o motor por inteiro e limpá-lo cuidadosamente, tomando o cuidado de montá-lo da mesmo forma que foi desmontado com as peças na mesma posição e alinhamento.
ii) Camisa do pistão muito justa na pasta superior do pistão causando atrito exagerado no final do curso. Isto causa dificuldades ao girar o virabrequim principalmente quando o pistão atinge aquele ponto, barulho e vibrações ao ligar o motor. Segundo relatos há praticamente um degrau, onde deveria haver uma conicidade no pistão (esta conicidade faz parte da engenharia do motor que é feito como uma espécie "defeito" na geometria do cilindro para quando as peças se ajustarem no amaciamento tudo acabe totalmente alinhado e funcionando bem). Isto se resolve enriquecendo a mistura e mandando ver no amaciamento. No vídeo abaixo o problema apesar de sério foi resolvido assim:


iii) Problemas de regulagem entre testes no chão e vôos e problemas com a regulagem na agulha de lenta. Alguns atribuíram este defeito ao fato do motor se portar um pouco diferente ao voar de quando está no solo. A solução está deixá-lo aquecer em marcha lenta e regulá-lo usando o expediente de inclinar o bico do avião para cima na vertical(a posição modifica a mistura) e ver se o motor apaga, verificando o sistema de alimentação de combustível como um todo, mangueiras de combustível, mangueira de pressão, pescador, etc. Há um relato de que a vibração exagerada causaria a desregulagem da agulha de lenta. De modo geral alguns tiveram que mexer na agulha de lenta para alcançar bons resultados.

Os links para referência:
http://200.155.12.89/forum/viewtopic.php?p=1115886
http://200.155.12.89/forum/viewtopic.php?p=1073913
http://www.hangar3d.com/index.php?option=com_fireboard&Itemid=47&func=view&id=3657&catid=9

5- Conselho se você quiser iniciar com esse motor

Acompanhando o raciocínio dos 3B (bom, bonito e barato) este valente motor é uma boa e viável escolha para motorização de um treinador baixo custo e ótimo opção para quem começa e não quer/não pode gastar muito. Mas siga um pequeno conselho: Procure alguém com experiência ou acumule conhecimento necessário através de bastante leitura, de preferência ambos, antes de tirá-lo da caixa! Minha dica é encomendá-lo na HobbyKing.com e enquanto aguarda os 40 dias para a entrega (e a demora dos nossos Correios) procurar ajuda e ler muito sobre o assunto.

6- Manual de amaciamento

O E-voo.com maior portal de aeromodelismo elétrico do Brasil, também, é manancial de conhecimentos para nós do glow, no link abaixo há um manual simples em português de um motor com as mesmas caraterísticas do ASP:
Manual de amacimento do motor ASP 2T 52A
Leiam isto, vai ajudá-los. Quanto a isto um motor de primeira linha não fará melhor, para amaciar o meu  (OS MAX 55AX-BE) tentei usar as instruções manual em português e simplesmente o motor não funcionava e nem funcionaria com a regulagem indicada lá, o problema é que os motores a etanol são mal lubrificados e têm que funcionar um pouco gordos naturalmente em comparação aos de metanol, amaciando com a mistura muito gorda (rica) e a mistura indicada como ideal no manual era por demais pobre.

7- Dúvidas, peculiaridades e vendas

Algo bem simples com referências ao motores ASP é que são vendidos dois tipos de cada cubagem (dois .52 e dois .61), um com e outro sem a agulha de alta acoplada ao carburador. Não há diferença no desempenho apreciável, somente a peça é separada para ser acoplada na carenagem e no outro não.

Esses motores costuram chegar juntos na distribuidora da loja virtual da HobbyKing.com e costumam acabar logo, o suprimento é abastecido a cada duas semanas e devem ser encomendados logo, então peçam que a loja que avise por email, é lógico se optarem comprar naquela loja virtual.

No Brasil em rápida pesquisa vi o motor 52 sendo vendido a preços entre R$190,00 à R$ 280,00 (pesquisa 06/12/2011).

Conclusão - Os motores ASP não bons, bonitos e baratos, mas não são perfeitos


Estes motores parecem ser feitos com materiais de excelentes qualidades e excelente engenharia, não deve nada aos motores de primeira linha, tenho certeza que o "gargalo" esta no controle de qualidade, não é incomum que os motores virem com cavacos de metal até no cilindro, obrigando todos os felizes proprietários a desmontarem os motores para fazer uma boa inspeção.

São mais difíceis de amaciar e dependem muito de um bom processo de amaciamento para terem um excelente desempenho, ponto que todos destacam como muito positivo nesse motor.

Tido isto, o motor possui mais virtudes do que defeitos.



terça-feira, 29 de novembro de 2011

Voo do clone da Alula KFm2 - Serra do Vulcão

Conforme meu último post construí uma Alula KFm2 inspirado no tópico do E.voo, construído por Alexandre Lopes.
Então eu (foto abaixo) e meu sobrinho Hércules (foto ao lado) fomos a Serra de Vulcão para testá-la.

Eletrônica: 2 servos HXT-500 de 5g, rx Turnigy sem case (9g), bateria 2S 360 mA/h, três diodos ligados em série para baixar a voltagem para um pouco mais de 5 v.
Peso RTF: 180g, já com 14 g de lastro.




O modelo não voou bem, mas minha pose de planidorista com esse chapéu de cameraman era impecável!
Observem essa fitinha pendurada na ponta da antena do rádio, na verdade eu pus só de pose, porque vi em várias fotos de planadoristas de verdade usando, é um pedaço de fita cassete presa com fita adesiva. Funciona muito bem como uma biruta, dá para verificar a direção e estimar a força do vento.




A localização pode ser acessada pelo link do Google Maps abaixo:
Esta foto representa os locais que visitamos naquele dia:
















Primeiro lugar que visitamos foi o sítio "A" com visada NW, tinha uma boa inclinação e o declive era de mato baixo e pouco acidentado, então dava para resgatar o planador facilmente, atrás havia a estrada então havia onde pousou, mas o vento (14h) virou e começou a vir do nordeste, então este ponto não era uma opção.








Depois tentamos o ponto "B" com visada N, tinha inclinação de ~20º, mato baixo e muito facilmente recuperável, atrás era a estrada. Ventos fracos e inconstantes fizeram-nos a desistir deste ponto e procurar local mais alto.










Por fim chegamos o ponto "C" bem alto cerca de 700m de altitude (Nova Iguaçu, fica quase ao nível do mar) com visada N, com inclinação de ~20º, NE, com muita inclinação, mas virada para um precipício e NW, com moderada inclinação. Naquele momento (15h) o vento vinha entre NE e ENE, as vezes forte, as vezes fraco e outras vezes não vinha nenhum vento. Quando o vento entrava fazíamos os arremessos.





Uma curiosidade com relação ao ponto "C", é um ponto usado pelo evangélicos como "monte para orações", então era plano e completamente limpo de vegetação.

Detalhe da inclinação e altura relativa do ponto "C", será que era suficiente?






O vídeo da estréia:


Não conseguimos pegar "lift" em quase momento nenhum ou não soubemos aproveitá-lo, talvez o vento estivesse muito fraco, talvez a inclinação não fosse suficiente, talvez, como vim a saber depois, o "lift" poderia estar se formando após o cume, ou o planador não estava devidamente trimado ou centrado, ou continha qualquer impropriedade que dificultava o voo ou simplesmente não sabíamos voar. (Ah meu Deus! Cadê o motor do modelo!).

No final antes do pod sofrer um dano estrutural percebemos ao descer a trilha, abaixo do ponto "C" (observe a foto acima, lado esquerdo), bem onde a trilha encontrava a  estrada havia uma placa avisando sobre os cultos realizados naquele local (ponto "C"), lá havia um lift considerável, mas quando percebemos isto o modelinho já estava castigado por muitas quedas e não foi possível testá-lo mais. Resumindo: faltou experiência em buscar o local ideal.


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Clone de Alula KFm2

Ainda pensando de modo geral em voar com planadores e de modo especial em voar em encosta. Comecei a pesquisar/construir modelos que possam ser capazes dar base para minhas primeiras experiências em slope. 

É obvio, que melhor seria se eu me associasse a um grupo ou clube de planadorismo R/C para "aprender o caminho das pedras", mas isto para mim fica difícil, pois o mais próximo dista de minha casa mais de 30 km e sou um aeromodelista sem automóvel (ainda). 

Gosto de modelos com aparência diferente e de construção alternativa, então achei o projeto perfeito, um clone do Alula, que já é um modelo estranho (ele tem um enflexamento negativo ~2 Cm, puxa vida!) e com perfil kline-fogleman ainda é melhor (veja no final do post uma explicação sucinta sobre o assunto)

O projeto básico tirei desse post: http://www.e-voo.com/forum/viewtopic.php?t=116446
É da autoria do Alexandre Lopes o mesmo construtor do Nature motoplanador movido a energia solar.

Do post acima eu me baseie no V2 (KFm2 - depron 5 mm + isopor p0 10 mm):

Alula KFm2
Vista em perspectiva do modelinho. O pod é oco e a tampa é presa por dois pequenos parafusos.

Ainda não instalei os servos, mas eles ficaram um pouco a frente do meu dedão na foto (para adiantar o CG o máximo).
Alula KFm2








Vista de cima. O autor do post fez o modelinho um pouco menor e mais leve, mas como eu o quero colineiro, achei que isto iria ajudar, fazê-lo um pouco maior e mais pesado. Ele usou fita transparente para reforçar o isopor p0, mas não resisti em usar fita colorida, é a parte amarela e preta.
Alula KFm2





Vista de baixo. Meu modelo tem 98 Cm de envergadura. A corda na raiz tem 26 cm e a ponta 18 Cm (corda média 22 cm). Me baseie em outro projeto do RCGroups do Alula KFm9 para fazer o gabarito desenhado à  mão. O desenho original estava em polegadas, acho que errei algo porque ela ficou gordinha. 





Sem eletrônica está com 112g e vou emagrecer os servos, bateria e receptor o máximo para deixar bem leve. Vou adiantar a eletrônica o que puder, pois percebi (de outro projeto semelhante) que o modelo sem lastreamento fica com CG muito, muito atrasado (passando o desenho pela calculadora de CG, este entre fica entre 40 mm a 45 mm do bordo de ataque).

Os perfil Kline-fogleman, tem muitas teorias sobre como estes perfis em escada funcionam, mas não caberia aqui discuti-los (na verdade nem as entendo direito).

Explicarei os cuidados necessários para construir asas com estes perfis:

1) o passo ("step" na figura abaixo) e a porcentagem da corda onde haverá a escada contando com o aileron. Então, por exemplo, uma asa com 200 mm de corda (largura da asa) para o perfil KFm2 com o passo a 50 % da corda (consulte a tabela abaixo) então ficaria a 100 mm do bordo de ataque;
2) a espessura máxima ("thickness" na figura abaixo - isto é muito importante!) deve ser respeitada e cada perfil tem uma espessura máxima, por exemplo, a asa com 200 mm de corda para o mesmo perfil, a espessura máxima ficaria entre 14mm a 18 mm.
Para uma asa retangular tudo ok, mas minha dificuldade foi para asas trapezoidais, porque a corda varia. Minha Alula com 26 a 18 Cm de corda (raiz a ponta) uma média de 22 cm de corda, então foi daí que calculei a espessura máxima. Antes fiz um teste variando a espessura conforme a corda variava, mas isto complicou muito a construção e vi que todos as pessoas que trabalhavam com este perfil mantinham a espessura fixa, então resolvi calcular pela corda média mesmo!
3) o bordo de ataque (conselho do Alexandre Lopes diretamente para mim, ele frisou isto) é preciso fazê-lo como se fosse uma perfil comum, quer dizer, não basta arrendondá-lo, é necessário trabalhar com a lixa para fazer a curvatura correta do bordo de ataque para que o perfil funcione.


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Air Swimmers (nadadores do ar) tubarão e peixe palhaço

Eu sempre fui ligado ao ar e tudo que nele voa. Lembro das minhas conversas com meu primo e quase irmão Pedro sobre projetar um dirigível R/C e as dificuldades técnicas envolvidas nisso. Isto faz mais de 15 anos e de lá para cá muito foi desenvolvido referentes a balões e robôs voadores. Então fiquei pressionado quando vi esse dirigível R/C hi-tec:
Recebi no newletters da Amainhobbies.com este produto que lá no EUA custa US$ 39,99 fora o frete.


É chamado Air Swimmers:



É para voo indoor somente. O controle remoto infravermelho com alcance de 40' (12m), dá para controlar a atitude (subir e descer) e a direção (esquerda e direita). Tem 57" (1.44m) de cumprimento total e 36" (91 Cm) de altura.  Usa hélio para balões de festas para inflar o envelope. 

É brinquedo é claro, mas chama atenção por ser inusitado.
Air Swimmers - dirigível R/C

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Natureza versus aeromodelo

Quem voa com aeromodelos sabe que alguns tipos de aeromodelos enfurecem as aves (zagis e planadores com poliedro, principalmente) e que algumas aves são facilmente enfurecidas ou ficam curiosas com os aeromodelos, as vezes atacam ou voam juntos.

Fiz uma pequena seleção de vídeos e fotos que ilustra isto:

Natureza contra:

Segundo o autor da postagem o aeromodelo foi perseguido por uma ave chamada Magpie, um espécia de corvo. O legal que o bicinho é persistente.


O Speedo Thermo foi perseguido por uma ave muito agressiva que chega a agarrar e bicar a cauda do modelo. O autor diz ser um corvo, mas parece uma ave infernal.

Motoplanador cercado por aves agressivas
Esta foto foi tomada por mim no CMVM em Deodoro, é um motoplanador perseguido por vários quero-queros (nessa foto há três).







Quero-quero versus motoplanador






Os quero-queros são aves irritantes, atacam pessoas, atacam animais e alguns aeromodelos, mas voam muito bem. Observe como a ave dobra as asas para aumentar a velocidade.









Ave persegue zagi


Esta foto foi tomada, também, no CMVM, aqui o quero-quero persegue uma zagi. Será que eles se irritam por causa do formato da asa do modelo que lembraria o formato da asa de um predador, por exemplo, uma zagi lembra um pouco um gavião e um planador com poliedro lembra uma asa de condor.










Mas nem sempre a natureza se volta com nosso aeromodelos:

Segundo o autor da postagem, as duas águias vivem naquele local há muito tempo e o humor delas varia de agressivo a brincalhão e naquele dia resolveram voar junto com o planador Ricochet - Bullet.



domingo, 13 de novembro de 2011

F1e - Planador slope de vôo livre com controle magnético

A alguns posts atrás falando sobre a história do Slope soaring mencionei que li que os primeiro planadores slope surgiram nos anos 50 e eram de voo livre. Se mantinham no fluxo da corrente de ar, porque eram  auto controlados por mecanismos magnéticos.
F1e - planador voo livre de encosta
Descobri que até hoje isto é praticado é a categoria F1e (o número 1 indica voo livre, voam sem a interferência do modelista).

Engraçado que o modelo parece um pterodáctilo.

Só não imagino como é que eles descem o planador, será que tem um temporizador.

 
Este vídeo mostra o funcionamento do mecanismo, através de uma câmera onboard.

Mecanismo magnético de auto controle - F1e

A figura ao lado mostra o estabilizador que fica no bico do modelo. É um mecanismo de estabilização que utiliza uma bússola. O imã (14) gira em torno do eixo (9) e os rolamentos (12 e 13) para o norte magnético. Se ajusta a posição do leme (6) relativamente ao eixo da bússola de modo que os dois viram juntos. O avião vai voar na direção que foi configurada e se manterá nessa posição. (explicação retirada do site: http://diydrones.com/video/f1e-class-slope-soaring)

No site afirma que o mecanismo desses na Europa é vendido por € 700! Muito caro, mas tem até competição deste negócio.

Será que não daria para montar algo mais simples?
Se fosse montado por brasileiros custaria uns R$ 50,00.







Porque usar este mecanismo tão caro para voo livre? Porque não deixar o modelo voar sozinho?

Assistam ao vídeo abaixo de um brasileiro que fez um planador slope de voo livre de depron que deve ter custado uns R$ 10,00 (nada contra fazer um modelo que custe pouco, o que vale é a imaginação).

1º achei muito mais divertido que os tais F1e,  este modelo rápido e ágil; 2º o problema que surge neste tipo de modelo de voo livre é enquanto ele se mantém a barlavento ele voa muito bem, mas ele acaba tendendo a fazer a volta e voar a sotavento, ai ele cai, observem.



sábado, 12 de novembro de 2011

Sitio de voo em encosta - morro da antena em Queimados

Em minhas tentativas de encontrar um local apropriado para voar em slope soaring/lift/voo em encosta visitei o morro da antena em Queimados que é de fácil acesso numa caminhada de 20 minutos partindo da rua Andradas. Observe a imagem de satélite abaixo.


Exibir mapa ampliado

No ponto marcado como "B" na imagem acima havia uma boa encosta, boa altura, com boa inclinação, mas tinha muita vegetação e o decline era propriedade particular cercada, então não haveria como recuperar o modelo. Como mostrado na imagem abaixo:
A imagem mostra o declive, com a vegetação e a cerca. Esse lado "B" da foto de satélite acima fica ao SE.

Infelizmente é de lá que o vento vinha e com bastante força. 












O ponto marcado "A" da imagem de satélite há uma excelente encosta, totalmente lisa, muito alta, passa dos 100m. Não tem cerca ou qualquer obstáculo de importância. O aclive começa com 20º, aumenta para 25º e perto da encosta deve chegar a 30º, é muito promissor. O topo é quase plano e limpo e sem obstáculos. Observe a foto abaixo.

Este é o ponto "A" o declive fica na direção W. 

Estou construindo algo que voe (uma alula) e estou de olho da previsão numérica para ver quando o vento estiver propício para testar este local.













Leviathan - planador slope com 2.5 metros de env.

Este é o Leviathan um planador slope gigante não só pelo tamanho das asas (2.5m), mas pelo tamanho da empenagem, feito todo em EPS (isopor) e depron e recoberto de filme ultrafino projetado pelo suíço Peter que pesa 1390g.

Vejam ao vídeo:
Leviathan from surfimp on Vimeo.

O voo é insólito, me lembra muito um animal se movendo e aquele leme gigante lembra mesmo um peixe.

Notaram que os "olhos" são servos que provavelmente controlan os ailerons.

Este post do RCGroups.com mostra mais detalhes: http://www.rcgroups.com/forums/showthread.php?t=1482113&highlight=leviathan

Campanha a favor do planadorismo R/C

Eu atualmente voo glow, já construí um pequeno modelo elétrico que voou muito bem. Estou progredindo no aprendizado de construção/reparo de aeromodelos.

Eu sinto uma lacuna no aeromodelismo fluminense, acredito que há grande potencial para a prática do planadorismo R/C seja termal, DLG (lançado a mão) e principalmente Slope (voo em encosta) e estou fazendo campanha disto e gostaria de apoio de quem gostasse da ideia. 

Há problemas na prática do planadorismo, mas se houvesse mais pessoas interessadas poderíamos fazer clubes e nos entre ajudarmos.

Sei que sou um newbie sem muita experiência e só com uma ideia na cabeça, mas é uma boa ideia. 

Pensem sobre o assunto. E para divulgar vou mandar fazer camisa/boné com o seguinte logo, que eu mesmo criei usando a silhueta de alguém voando com planador com o slogan da campanha: Planadorismo R/C - Força eólica


Planadorismo R/C - Força eólica

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Slope soaring - Voo em encosta - Voo em Lift

Um blog não é um site, tem o fito de funcionar como diário eletrônico do que faço/penso/pesquiso, e assim o é.

Estou muito interessado em planadores em geral e especialmente em voo em encosta, slope soaring ou lift, estes nomes são associados ao assunto como sinônimos (gramaticalmente não são). 

Infelizmente ninguém do meu clube (Aero-Xerém) se interessa por planadores. Lá o foco é glow/gasoline, nada contra, glow é o máximo, o barulho, o cheiro e a diversão desmedida. Depois é só reabastecer e imediatamente voltar a voar se quiser, muito bom. Combustível na veia. A única coisa verde que tenho no meu Avistar é o motor é que movido a álcool de cana.

Meu único companheiro para este assunto é a internet (sei também que é o único aliado de muitos que visitam meu blog) estou pesquisando o assunto há meses, tentando construir alguns modelos, fiz buscas por lugares apropriados para voar, fiz testes de vôos, ainda sem sucesso, mas não desisti. O noob após tomar um blow death tem que recomeçar mesmo!

Vamos ao que interessa:



1 - O que é Slope Soaring?


a- Conceito: Categoria de aeromodelismo em que o piloto usando um planador se aproveita da força de ascensão gerada pelo vento ao atingir um obstáculo como um monte ou penhasco suficientemente ingrime para manter seu modelo no ar e fazer acrobacias sem auxílio de motor ou qualquer outro expediente. (não encontrei um conceito na internete e tomei a liberdade de criar um). A categoria é F3F.


b - História: Em pesquisas em fóruns da internete descobri que os vôos em encosta começaram com planadores full escala nos anos 20, provavelmente, porque não haviam na época outras maneiras de lançar um planador, imagino que os aviões da época não suportariam ser rebocados como são os de hoje. Este hilário vídeo demonstra tal fato (com todo respeito aos nossos pioneiros):



Os planimodelos para vôos em encosta começaram nos anos 50. Os primeiros eram de vôo-livre e usavam um sistema de imã para controlar o modelo (não sei qual sistema era esse, mas seria muito interessante descobrir como funcionavam). Haviam competições de duração (li um relato de um vôo que durou mais de 2 horas!).
Entre os anos 50 e 60 surgiram os primeiros modelos rádio-controlados mono-canal, com todas aquelas limitações sofríveis dos primeiros equipamentos de rádio-controle.

Ao lado foto da capa da revista Aero Modeller, edição de abril de 1966 que trazia o plano do Wizard-of-Oz um planador de encosta de canal único desenhado por James H. Osbourne.

Observem na imagem da capa o carinha segurando o rádio controle lá embaixo, imagina como isso deveria ser o máximo na época.

Minhas poucas pesquisas foram tiradas deste site:
http://www.rcmf.co.uk/4um/index.php?topic=64508.0

Minha percepção do assunto é a seguinte: o slope soaring surgiu com a mera observação da natureza, porque os primeiros a utilizarem da sustentação gerada pela vento ao ultrapassar um obstáculo foram os pássaros ou pterodátilos. As gaivotas sempre fizeram isto nas praias.

Origem da imagem da revista: http://www.rc-soar.com/tech/wizofoz/index.htm


2- Porque praticar?


Pode ser muito divertido e atende a muitos interesses:

a- Voo de duração:  Voa-se tanto quanto os modelos motorizados ou até mais que isso sem qualquer problema. Não há necessidade de reabastecer ou recarregar as baterias. Sem críticas ao maravilhoso mundo dos vôos de planadores termais, mas aqui não há a penalidade de vôos lentos e quase sem comando. Quer dizer, dá para mexer bem os dedos.


b- Voo escala: Muitas pessoas gostam de voar devagar, fazendo curvas suaves e precisas. Voar como num avião/planador full scala, não entendo bem o gosto delas por isto, talvez queiram refletir uma espécie de meditação em voo ou sei lá, ou isto lhes acalme. A vida já é tão acelerada. O slope, também, oferece isto:



c- Acrobacias: Ao contrário há pessoas que gostam de levar o modelo ao limite da física fazendo manobras: roll, voo invertido, looping e tudo mais. Este é o barato. Então veja o vídeo:




d-velocidade: O Slope Soaring é tão versátil, inclusive, começo a pensar que os modelos slopes são motorizados na medida que são verdadeiramente propelidos pelas forças do vento, a favor, contra e força de ascensão. Para aqueles que gostam de velocidade há o dynamic soaring, vejam:



3 - Como começar?


a - Equipamento:

Rádio controle: um de quatro canais (ou pode ser ate dois canais) está bom. Não há muito o que dizer sobre isto, pois normalmente só se usam no máximo 3 canais. É útil ter mixagem tipo flaperon e elevon.

b - Equipamento de campo: Não tenho experiência suficiente para falar sobre o assunto e não vi em qualquer lugar dicas sobre isto. Mas quem sabe um inclinômetro que é muito fácil de fazer para saber se um morro tem a inclinação correta (veja a figura abaixo); um bussola para saber a orientação de determinada encosta; um anemômetro de mão da HK para medir o vento, será que seria útil, não sei. (vou atualizar assim que descobrir, porque já encomendei um)

Inclinômetro: Um cartão perfeitamente retangular de qualquer material razoavelmente rígido (papelão/depron), marcar um linha paralela com a borda do cartão. Com auxílio de um transferidor marcar a linha de 0º (90º do transferidor) , marcar a linha de 10º (80º do transferido) e assim por diante até chegar a 45º. Na intercessão da linha paralela com a borda e a linha de 0º fazer um furo e passar uma linha fina (de costura serve) e perdurar um lastro (porca pequena/pedaço de chumbo).
Para medir é só encostar a parte de baixo no morro e ler a inclinação indicada pela linha.




c- Modelos: Há muitas possibilidades de modelos. Para vender não tenho nenhuma dica, mas para montar na internete há vários modelos interessantes, vai alguns:

Canelinha - Clone do Alula, projeto do Vôo Silencioso. Tem 100 cm de envergadura e necessita de mixagem tipo elevon no rádio ou mixer separado para funcionar (aileron funciona junto com o pronfundor).

Usa o perfil não ortodoxo KFm4, é bem fácil de construir com depron e cola de isopor.

E-voo.com

Vídeo do Canelinha


Outro projeto do Vôo Silencioso feito em EPS (isopor) e polionda (pastinha de guarda documentos). Tem 2 metros de envergadura, pesa de 500 a 700g. No site tem um ótimo tutorial:
Voo Silencioso.com

Vídeo do Planador para iniciante do Voo Silencioso



New fish: feito todo em depron, acrobático, faz roll e voa até em faca, dá para acreditar? Dê uma olhada nos vídeos. A proposta é que seja simples de montar: a asa é de sanduíche e o corpo em depron, julgue você mesmo. A página com tutorial está aqui:

RCGroup.com

Vídeo do New Fish



b- Local de voo: 

Como em qualquer estilo de aeromodelismo slope soaring exige um local apropriado para a prática do hobby. Para voar com glow é preciso uma pista minimamente plana e uma área de vôo livre para voar. Não é diferente quanto ao lift.

Considerações para encontrar um morro para praticar slope:

1- Nem todos os morros são adequados para voo em encosta;
2- Há lugares que pode haver alguma restrição legal para voar: área privadas que você não tenha autorização, áreas próximo a aeroportos ou qualquer fator que ponha em risco a segurança do modelista ou de outrem;
3- A encosta ideal deverá ter no mínimo 30 metros de altura e ter uma inclinação de 30º (há um instrumento para medir isto acima descrito), quanto mais íngreme melhor; 
4- O morro não deve ter árvores ou tê-las na metade inferior, pois as árvores geram cisalhamento do vento, interrompendo o fluxo suave do vento, dificultando o controle do modelo;
5- Fator importante é que na parte superior do morro seja razoavelmente plana e livre de obstáculos, pois essa será sua área de pouso.
6- Fator primordial para escolha do local apropriado para voo em encosta é a força e direção do vento. O vento deve atingir a encosta de frente, vindo da parte mais baixa do aclive para a parte mais alta e deve ser constante tanto quanto possível.
Encosta ideal para voo lift


Posição correta do vento:














O vento vem contra a encosta.




















c - Não é fácil localizar bom lugar para voar:

Estou com dificuldades em encontrar na minha área de atuação Queimados/Nova Iguaçu/Belford Roxo, pois quase todos os morros estão largamente habitados, outros há domínio do tráfico de drogas, outros são muito baixos, outros tem árvores, outros são inacessíveis. Há os que são particulares. Grande parte não tem a inclinação exigida, não passam de 15º.

Os poucos que não tem os problemas acima elencados estão com vento na posição errada.

Mas não desiste! Vou mapear aos poucos e as descobertas que eu fizer vou postar aqui com referências do Google Earth/Google Maps. Quem sabe alguém se interessa e ajuda aqui no Rio. 


d- um bom lugar para praticar:

Na Encosta - Niterói - Museu de Arte Contemporânea
Site: Naencosta
Pelo que sei eles voam a tarde. Tudo que li diz que as condições de vôos lá são excelentes e há um grupo de pessoas, então você poderá receber alguma ajuda/orientação.
Localização: 

Exibir mapa ampliado




4 - Dicas

a- Lançar o planador:
Se posicionar a 3 metros atrás do início do declive (onde o morro começa a descer) de frente ao vento. Depois da checagem pré-vôo (teste dos comandos) segure o planador na fuselagem abaixo da asa (se for um modelo asa baixa atrás da asa). Não esqueça de segurar firmemente o controle com a outra mão. O planador deve ser lançado com firmeza horizontalmente ligeiramente para inclinado para baixo.




b- Voar com o modelo:
Assim que o planador sair de sua mão, imediatamente por o polegar o stick para controlar, porque o modelo já estará voando.  


c - Usando o vento:

O voo em slope é possível pela ação do vento. O ar em movimento que encontra um obstáculo inclinado (morro) naturalmente é forçado para cima ao longo desse obstáculo. Este movimento do ar é chamado “lift ridge” ou ascensão do cume. O vento ao ser forçado a passar pelo obstáculo pode gerar uma crista de até um terço do tamanho do obstáculo, então um morro com 100 metro de altura, o planador poderá voar até a 133 metros de altura (100 do morro + 33 da crista do vento).

A área ideal para se utilizar dessa ascensão do cume é a frente e acima da parte mais alta da encosta. Observe a figura abaixo a área sombreada representa isto:
















Então você precisará pilotar o seu planador paralelo à face da encosta não muito longe dela, ou seja, voar  em passagem da esquerda para direita, ou vice-versa, para virar o planador em 180 graus e repita a passagem para o outro lado. A coisa importante a lembrar aqui é sempre fazer a volta contra o vento, quer dizer, para longe da face da encosta.

Se você voar muito longe da face da encosta, corre o risco de sair da zona de sustentação e perder o lift o que resultará numa longa caminhada para apanhar seu planador.




Se tudo estiver correto a princípio você descreverá  um oito paralelo a encosta como da figura ao lado.
Observe que o modelo sempre entra contra o vento faz a volta e novamente entra contra o vento, senão o modelo será empurrado para a encosta contra você.
Se você fizer só isto verá que seu planador ganhará altitude, esta é a força de ascensão empurrando seu planador para cima.





Eu recomendo que faça um exercício com a mão simulando o modelo, imaginando que  seu tórax é a beira da encosta: use a mão como se fosse o planador voando o lado direito para o esquerdo, por exemplo, então deve virar a mão para longe de seu tórax, voltando da esquerda para direita e virando novamente para o lado contrário de seu tórax (o tórax representa a encosta o lado contrário o vento), fazendo este exercício mental não haverá problemas na hora de pilotar.



A diversão começa e poderá fazer algumas manobras:



d - Pouso:

Não haverá problemas se você tiver escolhido um morro com topo limpo e liso.
Elevar o planador a cerca de 10m de altura acima do ponto de pouso. Passar o modelo paralelo a encosta  fazer um grande círculo ao longo do topo da encosta, trazendo-o para seu lado.
O planador vai acelerar, a princípio, porque estará a favor do vento, mas diminuirá quando pô-lo contra o vento. Na curva não deixe o planador ir muito para trás de você. Comece a aproximação para pouso e suavemente ponha-o contra o vento e use o profundor para aterrar.


Todas essas dica (inclusive figuras e vídeos) eu tirei desse site: http://www.rc-airplane-world.com/slope-flying.html
Lá tem muitas dicas, material e vendas e livros e DVDs sobre este assunto e R/C em geral, não deixe de visitar o site e prestigiá-lo.

e- rotores/DS:


Após o cume a sotavento ocorre um fenômeno chamado rotor, onde o ar desce e fica turbulento, há quem voe ali para fazer uma manobra chamada Dynamic Soaring ou DS, mas é muito perigoso então não deixe seu planador ir para lá em hipótese nenhuma. Se quiser souber mais acesse aqui.

f- Sites em português sobre planadorismo:

http://www.voosilencioso.com/
Tem dicas, tutoriais de construção sobre modelos slope, um simulador de vôo em encosta, fotos e muito mais

Naencosta
O site do Na Encosta, tem a explicação que resumirei abaixo sobre lift, tem um software gratuito para fazer perfil de asas e muito mais.

Vôo de colina RC
Um blog sobre slope com algum material sobre construção

E-voo.com/Fórum sobre planadores e afins
O E-voo é um portal sobre aeromodelismo elétrico, mas eles tem um fórum específico para planadores.

5 - Dinâmica do vento sobre aclives:

a - Influência da geometria: O força de ascensão (lift) é afetada pela forma, tamanho do acidente geográfico (morros, colinas e etc), força do vento e a localização dela em relação a outros acidentes.


i - Morros: Geram colunas de sustentação ascendentes regulares e úteis em torno de toda a encosta onde incide o fluxo de vento. A força de ascensão é quase perpendicular ao vento. O Morro não precisam ser alto cerca de 30 m são úteis. O texto que extraí esta informação é para vôo em asa delta mais deve servir para R/C. O morro tem a vantagem de ter uma boa área de escape, pois o planador poderá perder sustentação ou sofrer uma queda e será fácil recuperá-lo.





ii - escarpa: é o despenhadeiro, com declive muito agudo mais de 45º. São parecidos com os morros, mas se não há declive atrás fica difícil prever onde vento desce e a há turbulência.
Escarpa em área litorâneas são os melhores lugares para a prática do slope porque no dia o vento sempre sopra a favor da encosta.
Diferente do morro a área de escape é menor, imagina ir buscar na água seu planadozinho que acertou uma pedra por uma "dederência", mas há escarpas menores e menos ingrimes com área de escarpe, seja um pequeno plato embaixo ou uma pequena praia.


Picos ou morros muito isolados  não são bons locais geradores de fift, pois o fluxo do ar busca o caminho mais fácil como qualquer fluído. Então o ar simplesmente passa em torno do morro e não por cima dele.
















b - Outras influências no fluxo do ar:
O encosta lisa faz com que a força de ascensão fique muito próximo ao solo. Ao contrário a encosta rugosa a a força de ascensão fica longe do solo. E próximo ao solo há turbulência. 






Saliências horizontais na encosta geram redemoinhos que costumam ficar próximas a estas áreas, que devem ser evitadas. Acima delas é gerada força de ascensão mesmo assim.
Com ventos fortes há possibilidade desses redemoinhos se desprenderem.






Nenhuma encosta é totalmente lisa e regular. A maioria possuir ranhuras, desníveis e saliências.
Isto gera um impacto na velocidade do vento naquele lugar específico é o efeito venturi.

Talvez aqui coubesse uma explicação detalhada sobre física de fluídos, mas a ideia é simples: imagine um rio:  quando ele é largo e regular a água é lenta, quando a água encontra um trecho mais estreito do rio a água fica mais rápida e agitada como numa corredeira. 
É assim que funciona a água, o ar ou outro fluído qualquer quando ele encontra um espaço menor para atravessar ele ganha velocidade para compensar a falta de espaço.


As fendas, ângulos, pedras e ranhuras podem gerar tal incremento de velocidade do vento nestes pontos fazendo que mais ar passe por estes acidentes aumentando a força de ascensão nesses lugares, fazendo variar a força de ascensão ao longo da encosta. A brincadeira fica melhor, porque se aproveitar desses hotspost deve ser um desafio interessante.  


Todos as informações contidas nesta parte do post (inclusive algumas fotos) foram tiradas deste site: http://www.aeronline.com.br
O site é muito bom e tem muita informação sobre muita coisa prestigie este site.  


6- Previsão do tempo

É necessário prever o tempo mais do que os aeromodelista comuns. Nós os que voamos com glow/motor elétrico só nos preocupamos se vai chover ou não, mas para slope a direção do vento é essencial. 

Vamos dizer que eu tenha num raio de 10Km da minha casa uns cinco sítios de vôos classificados como satisfatórios seguindo as dicas acima apontadas, provavelmente eu teria anotado no mapa para qual direção (norte, sul, este, oeste ou as intermediárias) o vento deveria estar para um voo perfeito (por isso devemos usar a bussola).

Mas prever qual desses sítios de vôos eu devo tentar? Consultando a previsão numérica de tempo:
A direita tem um campo para escrever o nome da cidade, aperte OK, vai paracer uma tela com sua cidade, então clique nela e receberá este gráfico:

A imagem acima não ficou muito boa mais dá para dar explicações suficientes o último gráfico diz respeito a intensidade do vento, pelo que dizem não tem tanta importância, pois nos morros há uma aceleração natural da velocidade do vento. O gráfico é medido em m/s (1 m/s = 3,6 Km/h), então 3 m/s são ~10 Km/h, o mais importante são as setas: Seta para cima vento para norte, para baixo vento para o sul, seta para direita este e seta para esquerda vento para o oeste. Na verdade se diz ao contrário o vento que vai para o norte vem do sul e é chamado vento sul (vem do sul). Para se guiar no tempo do dia use o seguinte expediente o quarto gráfico refere-se a temperatura no Brasil o pico de temperatura são às 14h então faça uma linha vertical do pico de temperatura e saberá que ali é as ~14h.

Os estes dados em mãos ficará mais fácil chutar qual o sítio de vôo mais propício naquele dia/horário.

Isto foi uma dica encontrada de um aeromodelista experiente (Marcos Quito) que usa esse recurso acredito com sucesso, pois ele recomenda isso nas dicas para iniciantes do E-voo.com.

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Espero ter ajudado a divulgar/informar esta modalidade de aeromodelismo que eu acho que pode crescer no Rio de Janeiro/Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Nós aeromodelistas somos uma legião de pessoas.
Se cometi algum erro (devo ter mesmo cometido, pois sou muito novato no assunto, e se alguém experiente quiser corrigir é só fazer um comentário explicando o erro a dizendo o correto que eu conserto).

Se alguém estiver interessado nesse assunto seja qual seja seu nível de experiência pode entrar em contato através de comentário ou através do meu email que se encontra no meu perfil.

Bons vôos.